Elenco de cantoras da ópera infantil Chapeuzinho Vermelho reúne contadoras de histórias talentosas
Resultado desse trabalho deixa claro o modo como o público cria identificação com as personagens. Sem pudor, as abraçam as personagens e criam relações de cumplicidade que fluem, formam e transformam as pessoas, e que também transformam a equipe de produção.
Um espetáculo encantador, que se transforma a cada apresentação nos espaços educativos de Guarulhos, a partir do intenso contato e interação do público com o elenco. No próximo sábado (2), os CEUs Continental e Rosa de França recebem espetáculos da ópera infantil Chapeuzinho Vermelho, com apresentações às 10h e às 15h, respectivamente. Todas as apresentações são gratuitas e têm classificação livre.
Mais de 600 pessoas já assistiram ao espetáculo desde que a ópera estreou no último dia 12 de agosto, em um circuito que vai circular todos os CEUs de Guarulhos até culminar com o espetáculo de encerramento no dia 23 de setembro, às 15h, no Teatro Adamastor.
A ópera Chapeuzinho Vermelho integra a programação do II Festival de Ópera de Guarulhos, iniciativa da Prefeitura, que por meio da Secretaria de Cultura objetiva a oferta de espetáculos grandiosos com elenco premiado composto por cantores, diretores e especialistas do gênero para dar ainda mais visibilidade à ópera.
Um espetáculo em constante transformação
A encenação da Chapeuzinho Vermelho conta com a atuação de Tatiane Reis, Daiane Scales e Cintia Cunha, cantoras que vem se dedicando à construção da história a cada encenação. Isso acontece pois, a partir da interação e resposta do público, o espetáculo acontece.
As cantoras contam que o que faz com que cada espetáculo seja diferente do outro é o desenrolar dos ensaios, a forma lúdica com a qual o elenco se dedica à construção das cenas, os detalhes, o modo como o texto é conduzido, a interação com as crianças, tudo isso contribui para que a história da Chapeuzinho Vermelho, da forma como tem sido apresentada nos CEUs em Guarulhos, seja única, uma experiência fascinante.
“Quando fui convidada para fazer essa ópera parecia que um grande sonho da minha vida estava se realizando. A oportunidade de contar as histórias da minha infância para crianças cuja realidade, às vezes, as impede de ir a grandes teatros, me animou bastante. As crianças se envolvem demais, o jeito como comentam, dão risada, sentem medo, conversam, olham, se afastam e se aproximam, tudo isso muda de uma apresentação para outra”, disse Cintia Cunha, cantora que faz as personagens do Lobo e o Lenhador. A cantora conta que o elenco tem alcançado também os adultos, que se envolvem com o texto e com a música, e saem de lá com sua criança interior aflorada.
Igualmente fascinada pela história e pela pronta aceitação do espetáculo pelo público, Tatiane Reis comemora a apresentação do espetáculo em português, o que aproxima ainda mais o público da ópera. Para Tatiane, levar a ópera Chapeuzinho Vermelho para o lugar onde as crianças vivem e estudam tem sido surpreendente e deu outro significado ao que, até então, desconheciam.
“Devido às características desse canto, distante do que o público normalmente escuta, estávamos preocupados em prender a atenção das crianças e manter essa atenção ao longo do espetáculo. Nossa ideia era aproximar o público infantil e acredito que estamos cumprindo muito bem a função de aproximar as pessoas, com leveza e brincadeiras. A cada apresentação, é nítido o quanto elas estão envolvidas e interessadas, participando intensamente”, conta Tatiane. A cantora acredita que, à medida em que mais pessoas assistem, diminui o estigma de que a ópera tem que estar em espaços privilegiados e elitistas.
Daiane Scales destacou a proposta do diretor cênico, Felipe Venâncio, que trouxe para o elenco a possibilidade do jogo e do brincar como criança, o que, segundo a cantora, mudou o jeito como ela própria encarava a montagem.
“Mais que dirigir, ele nos conduz àquele resultado, um trabalho em equipe muito gostoso. E da transformação em cena, dada também pela forma como os figurinos nos mudam, o maior desafio da Chapeuzinho é exatamente ser a mãe, a vovozinha, o caçador, além da própria criança, uma grande surpresa”, disse Daiane, imersa na sensação de observar o modo como os personagens passam a outros, sendo um só ao mesmo tempo.
Para Daiane, o resultado desse trabalho deixa claro o modo como o público cria identificação com as personagens. Sem pudor, as abraçam as personagens e criam relações de cumplicidade que fluem, formam e transformam as pessoas, e que também transformam a equipe de produção.
O circuito de apresentações da ópera Chapeuzinho Vermelho nos espaços educativos de Guarulhos segue até o dia 23 de setembro e conta com o apoio do Programa Mais Futuro, que dentre vários aspectos objetiva a circulação de eventos culturais nos espaços públicos da cidade.
Confira as datas dos próximos espetáculos:
2 de setembro
10h – CEU Continental
R. Alzimar Vargas Batista, 284 – Parque Continental II
15h – CEU Rosa de França
Rua Sergipe, s/nº – Jd. Rosa de França
9 de setembro
10h – CEU Paraíso-Alvorada
Rua Dom Silvério, s/n – Vila Paraíso
15h – CEU Bonsucesso
Avenida Paschoal Thomeu, s/nº – Bonsucesso
16 de setembro
10h – CEU São Rafael
Rua Deus do Sol, s/nº – Vila São Rafael
15h – CEU Jardim Cumbica
Avenida Atalaia do Norte, nº 544 – Jd. Cumbica
23 de setembro
10h – CEU Parque São Miguel
Rua Joaquim Moreira, s/nº – Pq. São Miguel
15h – Teatro Adamastor
Av. Monteiro Lobato, 734 – Macedo
Ficha técnica
Libretto: César Cui e Marina Stanislavona
Versão brasileira: Irineu Perpétuo
Direção Musical: Kevin Camargo
Direção Cênica e cenografia: Felipe Venâncio
Chapeuzinho Vermelho: Tatiane Reis
A Mãe, a Vovozinha e o Caçador: Daiane Scales
O Lobo e o Lenhador: Cintia Cunha
Piano: Jordan Alexander
Produção Executiva e Assistência de direção: Gabriel Pangonis
Desenho, montagem e operação de luz: Presto Kowask
Montagem e operação de luz: Cayene Moreira
Figurino e Visagismo: Malonna e Polly.Br