Novo single de Baobá reflete sobre o protagonismo das mulheres na construção do Brasil
Lançamento do selo CLAM Discos, Mátria Amada mergulha na pegada funk-soul para celebrar a força das mulheres; Pindorama brinca com a “pátria amada” do hino nacional.
Por Beatriz Rodrigues
“Mátria Amada (Pindorama)”, novo single de Baobá traz a ideia de que a “pátria” é, na verdade, uma “mátria”. A música, lançada no mês da independência do Brasil, reflete sobre a força das matriarcas, essas mulheres que lideram as famílias, são essenciais no país e guardam em si uma energia ancestral.
Entre tambores, vocais e guitarras distorcidas, “Mátria Amada (Pindorama)” mergulha na pegada funk-soul, com o intuito de celebrar a vida, a resistência e a força das mulheres brasileiras. A sonoridade traz referências de Elza Soares, Metá-Metá e Novíssimo Edgar, esse último, conterrâneo de Baobá, multiartista natural de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo.
A composição também é assinada por um grupo guarulhense chamado As Despejadas, de mulheres da periferia da cidade. A letra também mergulha nas referências africanas de Kalunga, energia da filosofia e cultura bantu. “A música traz essa relação com a Kalunga como o lugar que guarda as memórias, as que eu me lembro e as que eu não me lembro e nem vivi, mas meus ancestrais viveram. Também há uma crítica à ideia de ‘pátria amada’ que colonizou, sequestrou e dizimou comunidades pretas e indígenas”, conta Baobá.
O single é o sétimo lançamento de 2024 da Coletânea Clam, do coletivo e selo musical Projeto Clam, que está há 17 anos na linha de frente da arte e cultura da cidade de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. A Coletânea Clam reúne singles de artistas da cena independente da cidade. Ao longo do ano, haverá 1 lançamento por mês com o intuito de manter o público em contato com as obras e com o projeto como um todo, que se encerra no fim do ano com exposição de fotografias e um festival musical dia 23 de novembro no Teatro Padre Bento, no Jardim Tranquilidade.
Baobá estudou canto popular na ETEC de Artes de São Paulo e foi integrante da banda Raízes de Baobá, com canções temáticas que traziam a religiosidade africana como um caminho de resistência e enfrentamento às violências que afligem seus diversos e pretos. Com esse projeto levou o show “A Boca do Mundo” para o SESC Guarulhos. Desde 2020, já lançou “Olhos D’Água”, com a artista Renata Soul, e produção do Estúdio Jhama, através do projeto ExperimentaSom; também estreou “Alujá”, “Umbigada” em parceria com o Estúdio Sigo Som, e seu primeiro videoclipe produzido pela produtora audiovisual integrada por artistas independentes “NaBê”. Logo após, lança “Embrasa” e “Porto Geral”, com o produtor Matheus Sol.
Identidade visual
Para incentivar diversas formas de arte, o Projeto Clam convidou duas artistas para a fotografia e arte de capa do single. Na arte, a grafiteira e muralista Babi Lopes reflete sobre a força da mulher presente na natureza e na terra, com a representação de uma mulher-terra. “As narrativas coloniais e patriarcais sempre nos afastaram de sentir pertencentes a essa terra que habitamos. Acho que Mátria Amada é um lembrete de que toda essa narrativa sempre esteve e sempre estará em disputa”, conta. Na fotografia, a fotógrafa Érica Catarina usa como referência as cores da bandeira verde e amarela para retratar o Brasil.
Mátria Amada (Pindorama): https://tratore.ffm.to/baobaclam
Ficha técnica:
Voz: Baobá
Composição: Baobá, Lídia Lídia Lídia, Nataly Ferreira, Victoria Silva
Guitarra: Will Carbônica
Programação e Sintetizadores : Denno @dennis.ragonha
Direção artística e Produção Fonográfica e Musical : Will Carbônica @will_carbonica
Produção técnica: Juan de Las @juandelasoficial
Produção, Gravação, Mixagem, Masterização: Dennis Ragonha @dennis.ragonha
Arte de Capa: Babi Lopes @babi.lops
Fotos: Erica Catarina @ericatarinafotos
Assessoria de imprenssa Bea Mazzei @beamazzei_
Produção Executiva: Pamela Regina @pami_regina
Assistente de produção: Cláudio Jr. @claudiojr7silva
Comunicação visual: Will Carbônica