Com forte influência surrealista, obras de Claudinei Monteiro propõem diálogo entre o urbano e o natural

Dos muros das cidades para os espaços de exposição de Franco da Rocha e Guarulhos, poética das obras permeia conceitos que transitam entre o homem e a natureza

Quem circula pelos bairros da cidade de Guarulhos e pelo mundo certamente já se deparou com grafites de um olho, registro pessoal do artista plástico Claudinei Monteiro presente em suas obras, diálogo permanente entre o urbano e o natural. Seus processos criativos atravessam esses embates dicotômicos e são amparados pelos seus próprios símbolos, com forte influência surrealista.

Dos muros das cidades para os espaços de exposição de Franco da Rocha e Guarulhos, municípios que recebem mostras do artista nos próximos dias, a poética de suas obras permeia alguns conceitos que transitam entre o homem e a natureza. Apesar da leitura subjetiva da obra, há em sua maioria uma intencionalidade de um diálogo através dos símbolos apresentados.

A exposição Meu olhar pelo mundo, em exibição na Casa de Cultura Marielle Franco, em Franco da Rocha, até 8 de setembro, de segunda a sexta das 10h às 18h, e aos sábados, das 13h às 18h, apresenta desenhos e pinturas autorais, além de imagens das aventuras de Claudinei durante viagens por mais de 35 países, dentre os quais Turquia, Hungria, Peru, Egito, Grécia, Chile, Sri Lanka, Irã, Espanha, Portugal, Dubai, Bolívia, França, Inglaterra e Marrocos, entre outros.  Para saber mais sobre a exposição, clique aqui.

Em Guarulhos, Entre o Homem e a Natureza é o nome da exposição aberta gratuitamente ao público entre os dias 20 de agosto e 5 de novembro, de segunda a sexta, das 9h às 17h, no salão de exposições da Biblioteca Monteiro Lobato, no centro.

Nesse trabalho, Claudinei Monteiro trata do efeito do capital sobre o homem e a natureza. Sob curadoria de Caroline Esteves, a exposição conta com 34 obras, dentre as quais pinturas sob cédulas, pinturas e desenhos de paisagens surrealistas e olhos atentos para que o público possa refletir sobre as questões humanas, sociais e ambientais. Registros de trabalhos de street art (arte urbana) do artista também ficarão disponíveis durante a exposição.

No embate entre o urbano e o natural, com prédios e árvores permeando esse conflito, as obras da exposição Entre o Homem e a Natureza evidenciam características essenciais do artista, sua inquietação, curiosidade, simplicidade e olhar aguçado. Na busca de sincronia com o todo e nessa linha tênue entre a interação e a submissão, o artista questiona: quem vence?

Olhos que tudo observam

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Arte-educador e artista plástico formado em Educação Artística, pela UNIMESP (Universidade Metropolitana do Estado de São Paulo), Claudinei Monteiro é pós-graduado em História e Crítica de Artes pela Faculdade Paulista de Artes. Apaixonado pela fotografia, registrou grandes lugares em mais de 35 países, resultando em uma exposição individual. Participa efetivamente de encontros ligados ao grafite, desenvolvendo trabalhos urbanos na cidade somando mais de 100 grafites. Atuou também em oficinas nos CEUs, (Centro de Educação Unificados) e escolas.

Suas obras têm forte influência do Surrealismo, corrente artística da vanguarda europeia do começo do século XX, em que o artista passeia entre o universo fantástico, com curvas e movimentos e suas recorrentes paisagens que trazem o impacto e as diferenças entre a cidade, o urbano, e a natureza. Não podemos deixar de mencionar seus olhos que tudo observam e vigiam o mundo e suas peculiaridades.

Essa percepção depende dos olhos de quem vê, e as obras são esse reflexo entre temas cotidianos, os modos de ver e as diferentes nuances. Qual o valor do concreto? E da Natureza? Inspirado pelo Surrealismo e em contato direto com a Arte Contemporânea, o artista gosta de explorar esse diálogo, e construir obras inspiradas nessa poética.

Em tempos de pandemia, ampliou seu repertório e iniciou um trabalho com cédulas representando a reflexão sobre os impactos econômicos presentes no Brasil e no mundo, pela arte expressa o que sente e o que vive. Com toda essa mistura, mas sempre mantendo um pano de fundo urbano/ natureza, busca ampliar e criar desdobramentos em seu processo de criação. Considera a arte essa mistura entre diferentes contextos, vivencias e histórias.  Acredita que é muito rico quando consegue trocar com outras pessoas, porque acredita que é nesse processo que ampliamos nosso repertório.

Para conhecer mais sobre o trabalho de Claudinei Monteiro, acesse seu perfil no Instagram @claudinei.monteiro.

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