fbpx
EntrevistaNotíciasPerfil

Guarulhense lança curta-metragem sobre as consequências da fama para a juventude

Na iminência de completar 19 anos em fevereiro, Lucas Rabelo cursa ‘Filmmaker’ na Universidade Guarulhos

Fora de Foco, curta-metragem produzido e dirigido pelo guarulhense Lucas Rabelo, está longe de ser o primeiro trabalho do jovem de 18 anos. Desde que criou seu canal no YouTube há oito anos, Lucas vem lidando com a linguagem audiovisual de forma muito prática e conectada com a realidade. Prova disso é que o curta-metragem Fora de Foco – Parte II, escrito e dirigido pelo jovem e que acabou de ser lançado em dezembro do ano passado, aborda a temática da juventude e muitos dos conflitos próprios desse período da vida.

A segunda parte dá continuidade à história da personagem Manu, vivida pela atriz Gabrielly Victória, que teve sua primeira parte lançada em outubro de 2021. Lucas explica que a proposta de produzir o primeiro curta surgiu como forma de avaliação da disciplina de Artes, ministrada pelo professor William Almeida, com a turma do Ensino Médio do Colégio Educar Guarulhos, no Jardim Presidente Dutra. “Sempre foi o meu desejo terminar com algo marcante, que realmente fosse fazer a diferença profissionalmente”.

Inspirados pelo lançamento do single ‘NDA’, da cantora e compositora estadunidense Billie Eilish, ele e os colegas de turma se debruçaram sobre o primeiro e segundo versos da música. “A trama segue o mesmo rumo da letra, mas com elementos que justificam seu uso. O paralelo e a continuidade entre os dois curtas passeiam entre esses temas. Essa foi uma ótima base para contar o que eu queria, falar das consequências da fama para o jovem no contexto atual, em que tudo é compartilhado facilmente”. De acordo com Lucas, as temáticas abordadas se resumem à falta de liberdade, medo, má administração do reconhecimento e a repulsa por sentimentos.

Na iminência de completar 19 anos em fevereiro, Lucas conta que nasceu em São Paulo e que mora em Guarulhos com seus pais desde o primeiro ano de vida. Atualmente, cursa ‘Filmmaker’ na Universidade Guarulhos e trabalha como editor e roteirista freelancer com foco no marketing/social media, outra área da qual gosta muito.

O primeiro prêmio a gente nunca esquece

Para a realização do curta, Lucas também fez a lição de casa. Ele conferiu algumas obras selecionadas em festivais e compreendeu que o cinema independente cresce a todo momento. “Isso é uma coisa muito boa. As obras eram incríveis! Quando os espectadores (até mesmo os produtores) entendem que uma história pode ser contada com qualquer dispositivo de vídeo, independente do modelo, qualidade visual ou locação, a visão crítica muda e torna-se possível conhecer mundos criados por pessoas comuns”. Sobre Fora de Foco, Lucas avalia que o resultado foi ótimo, dentro do que foi possível criar com os equipamentos dos quais dispunha na época.

Fora de Foco também motivou a participação do curta em festivais nacionais e internacionais de cinema, como o Festival Internacional de Cinema Escolar de Alvorada/RS, que rendeu premiação de melhor atriz para Gabrielly Victória, além de Clapperboard Golden, Campinas Film Festival e First-Time Filmmaker Sessions @ Pinewood Studios.

“Eu tenho um carinho enorme pelo FECEA. Ele foi o meu primeiro festival, o mesmo a prestigiar o meu trabalho e a atuação da Gabrielly na categoria de ‘Melhor Atriz’. No momento em que recebi a notícia de que o curta recebeu seu primeiro prêmio, comemorei muito com a minha mãe. O primeiro prêmio para um cineasta é um marco para a vida inteira e finalmente posso dizer que esse marco eu já tenho”.

Tanto as participações quanto a premiação despertaram em Lucas um sentimento de missão cumprida, em que os dias de gravação, pré e pós-produção foram totalmente válidos, pois o permitiu expressar suas ideias através da arte, não só pelo cinema, mas também pela amizade.

A segunda parte de Fora de Foco foi inscrita no Lift-Off Filmmaker Sessions 2023, Offcine e Olhar Periférico Festival de Cinema. O novo curta-metragem tem o dobro de duração do episódio anterior, já que o jovem cineasta avaliou a necessidade de voltar no tempo para explicar algumas dúvidas que apareceram depois da primeira parte. “Isso se tornou um ponto positivo entre a gente, pelo tempo de tela maior para assistirmos o nosso trabalho de meses pronto e também pela recepção do público que ama entretenimento bem explicado”.

Algo que ficou na cabeça

Filmes, séries ou letras de música. As criações de Lucas decorrem da combinação de ideias formadas a partir do que ele vê, ouve e lê. Lucas conta que, quando criança, entrava em pânico quando passava em frente a salas de cinema numa época em que ainda não eram comum a acústica adequada e os sons vazavam para quem estava próximo.

“Quando comecei a ser mais crítico e analista com as obras que eu assistia, meus amigos achavam chato eu indicar o que fosse considerado ‘para refletir’, mas acabaram se acostumando com o tempo. O que eu mais indico e assisto são obras que possuem uma ponta de produção independente, seja ela ou não realmente independente”.

Além de se dedicar a assistir curtas no YouTube, Lucas costuma variar entre as opções disponíveis em streamings populares como Netflix, HBO, Prime Video e a queridinha dos cineastas, a MUBI. “Vale ressaltar que existem obras muito boas, feitas por produtores como eu no próprio YouTube e que precisam ser vistas”.

Quando Lucas era ainda bem pequeno, ele queria ser escritor, era fascinado por criar histórias e achava incrível saber que poderia trabalhar com isso. Com a explosão da Netflix, em meados de 2014/2015, seus amigos sempre lhe diziam que ele se daria muito bem fazendo filmes ou séries: e isso ficou em sua cabeça.

“Naquela época, eu estava entre ser escritor e fotógrafo. Quando se junta história com registro visual, o resultado é cinema. Ainda lembro de pesquisar na internet quais profissões mesclavam as duas que eu mais me identificava e encontrar o termo ‘cineasta’. Foi nesse momento que eu decidi o que eu queria ser realmente. Sempre fui o garoto da tecnologia, então cresci com a oportunidade de me afeiçoar em vídeo, edição e roteiro. No final das contas, fiz tudo aquilo que meu eu de 9 anos queria fazer profissionalmente”.

Registros de amizades

Seu canal foi criado quando ele tinha 11 anos, com o objetivo de postar Vlogs. Com aquela onda de youtubers famosos em 2015, não existia uma criança que não sonhava em ser um também. Apesar de esse não ser totalmente o seu caso, a facilidade com edição de vídeos o motivou a tentar.

“Eu tenho muitas histórias para contar e sei que sempre vai ser assim. Dá gosto de pensar que ainda existem histórias que nem eu mesmo conheço que vão surgir na minha cabeça e eu almejo conhecê-las. Fazer cinema é uma prática tão linda que merecia ter mais destaque na sociedade, ainda mais o independente. Não só eu, mas várias outras pessoas no mundo inteiro têm ideias surreais que precisam ser contempladas”.

Mais que os Vlogs antigos e conteúdo direcionado ao cinema independente, sobretudo a partir de 2018 quando ele lançou seu primeiro curta-metragem “A Beleza Dói”, o canal de Lucas no YouTube concentra grande parte de seus principais curtas, making-off de bastidores, em que é possível ver toda a sua evolução com gravação, edição, roteiro e produção. Ainda assim, ele acredita não ser má ideia voltar com os Vlogs, e por quê não?!

“Todas as obras que eu fiz até hoje foram com a ajuda dos meus amigos. Produzir tudo isso com eles é gratificante e as gravações se tornaram referência no nosso processo de amadurecimento. Eles sempre me recordam que quando aconteceu tal coisa na nossa vida, a gente estava gravando alguma coisa. As minhas obras são um registro da nossa amizade, de como mudamos e do laço entre real e ficcional. Muitos personagens foram criados especialmente para serem interpretados por eles, então a cada minuto tem um toque de dedicação de todos nós”.

Para saber mais sobre Lucas Rabelo e para ficar por dentro das novidades, siga o cineasta pelas redes sociais:

Instagram: https://www.instagram.com/lucasrabxlo

Youtube: https://www.youtube.com/@rabxlo

Link do Press Kit (fotos still, diretor e pôsteres):

https://drive.google.com/drive/folders/1iV3tdpc8FaWx5pb6cW5uhgQus_jx6kGd?usp=sharing

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo