As Despejadas lança música sobre reencontros e esperança
Entre batuques e atabaques e regido pela a força da percussão afrobrasileira, novo single mergulha no acalanto de novos dias
Por Beatriz Mazzei
Em ritmo de samba em roda, As Despejadas convida ouvidos atentos para cantar a todos pulmões e bater palmas evocando novos caminhos. No single “Sem licenciamento”, lançado nesse período pós isolamento social em decorrência da pandemia, o trio de mulheres se despeja no sentimento de esperança, força e fé.
Entre coros de vozes, a banda mistura as influências da MPB, samba, forró e demais ritmos brasileiros para refletir sobre a transformação e a reconstrução do amor. Sugerindo o fim de uma travessia por momentos obscuros, o intuito do single é levar potência a quem ouve.
“Sem licenciamento” fala sobre os reencontros e afetos após um longo período de experiência de morte, medo e solidão. A pandemia trouxe o “não saia de casa”, confinamento que se estendeu até o espaço mental “Não saia de si” e “não se perca de si”, explicam.
Para ouvir “Sem licenciamento”, acesse:
Ficha técnica
Música:
Voz e violão – Lidia Lidia Lidia
Voz – Nataly Ferreira
Voz – Vitoria Silva
Banda de apoio:
Bateria – Kleyton Mendes
Baixo elétrico – Renato Pascoal
Produção musical:
Filipe Gomes Vedolin
Mixagem e Masterização:
Filipe Gomes Vedolin
Visualizer:
Audiovisual:
Dir. de fotografia: Renato Pascoal
Montagem e finalização: Renato Pascoal
Still: Camila Rhodes
Dir. arte, style e produção: Tuca Freitas
Beleza – João Marcos Bargas
Cabelo – Rogério Lacerda
Figurino – Ivete Moreira (@maosquetrancam) e Paula Grabriela (@costureriadeideias)
Cenário e assistência de produção – Laura Faleiros
Agradecimentos:
Jóias – Ateliê Mode @atelie.mode
Estúdio – Traquitana @estudiotraquitana
As Despejadas
Cada opressão gera uma canção
Composta por Lidia Lidia Lidia (Voz e Violão), Nataly Ferreira (Voz e Violão) e Vitória Silva (Voz e Percussão), as Despejadas trazem poesia somadas a ritmos brasileiros com foco em voz e percussão. Formada na periferia de Guarulhos – região metropolitana de São Paulo – o trio usa a música como forma de protesto e celebração, mergulhando em referências da poesia brasileira e da musicalidade afro-brasileiras. O próprio nome também carrega a referência do “Quarto de Despejo”, da poeta negra brasileira Carolina Maria de Jesus.
O primeiro álbum da banda foi produzido de maneira totalmente independente em 2016 e leva o nome de “Soufrida Luta”. Com 12 faixas autorais, o álbum mescla ritmos que vão do MPB, forró e Rap à batuques e ritmos Afro brasileiros como o Maracatu e o Samba.
Em 2020 lançaram “sonhos em cativeiro” seu primeiro videoclipe, que escancara o extermínio de crianças e adolescentes nas periferias do Brasil e traz sobre a violência, racismo e a desigualdade social.
https://www.youtube.com/watch?v=70zCj1PYbfQ
“Despejadas vai além do significado literal de ser despejado ou desapropriado de uma moradia, é também ato ou efeito de despejar-se, na canção, na poesia, na performance, ou na vida. Cantar e tocar é uma maneira de construir diálogos sobre justiça e respeito às diferenças. É fazer do palco morada, seja esse palco o teatro ou a rua, o vivo cenários das nossas histórias”
https://www.instagram.com/asdespejadas/
Foto da capa: Camila Rhodes