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CríticaOpinião

Cinema que me Representa: Na marca do pênalti

Filme dos guarulhenses Daniel Neves e Renato Queiroz retrata a jornada do time de futebol A.D Guarulhos no campeonato “Copa São Paulo”

Por Fernanda Carvalho

No documentário Na marca do pênalti, (Brasil, 2017, 17 min, livre), filme que retrata a jornada do time de futebol A.D Guarulhos no campeonato “Copa São Paulo”, conhecemos as histórias de Milton, Luciano, Custódio, Vilares, Matheus, entre outros homens e jovens envolvidos com o futebol da cidade de Guarulhos.

Uma questão que vem a nossa mente assistindo ao filme é a importância da relação do futebol para o brasileiro  e como essa importância é documentada de maneira que nos permite estar no time A.D Guarulhos. Todas as personagens do filme têm uma história com o futebol, constituindo, dessa forma, ferramenta de transformação vivida por cada um dos jogadores.

A maneira como o roteiro foi estruturado por Daniel Neves e Renato Queiroz nos coloca na ação com os torcedores e jogadores. Não sei se de modo consciente ou inconsciente, o roteiro cria um movimento interno em quem assiste ao filme. Com cortes dinâmicos e ao mesmo tempo poéticos, o documentário traz nestes momentos de pandemia um gostinho de “Quero ir assistir a um jogo de futebol de várzea”, de estar com esses caras, os ídolos desconhecidos. Através dos cortes, também vivemos as jogadas, estamos em campo e torcendo pelos jovens que colocam a sua alma em campo. 

Uma grande contradição neste trabalho é a sonorização. Se num primeiro momento os ruídos e gritos dos jogadores captados dentro do vestiário causam incômodo, esta escolha causa uma estranheza que nos gera uma pergunta: por que a direção optou pelo uso desses sons? Mais para frente, descobrimos o sentido no todo:, os sons são um complemento da vivência do espectador, que adentra o campo de futebol, assim como um jogador, uma boa sacada da direção, que aproveitou uma possível dificuldade e a transformou em uma qualidade.

A trilha sonora é um forte. Embalada por algumas canções de Evandro Correia, com ela vivenciamos a emoção da vida e a arte que pulsa em nós o ritmo de uma arquibancada sofredora. Percebo o quão instigante são estes 17:09, quantas questões sobre oportunidades, merecimentos e sonhos nos vem à cabeça. Outro aspecto que chama a atenção é a abordagem respeitosa feita pela direção, que conta com personagens que cresceram dentro de uma estrutura precária, ou sem estrutura nenhuma, em espaços periféricos e, mesmo distantes da grande mídia, não deixam de criar a história do futebol, são pessoas que não estão dentro do futebol classe A, mas que batem um “bolão”.

Para assistir, acesse https://youtu.be/6cWDwLO6bSU

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