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Compositores brasileiros homenageiam Guarulhos em espetáculo da GRU Sinfônica

Em homenagem aos 460 anos da cidade, celebrado em 8 de dezembro do ano passado, o concerto digital GRU 460 integra a série Novos Talentos e Descobertas da Temporada 2021 das orquestras de Guarulhos

Revelar a identidade da cidade por meio do olhar de diferentes artistas, que foram convidados para traduzir seus sentimentos na forma de música. No próximo dia 10 de julho, sábado, às 19h, a Orquestra GRU Sinfônica apresenta GRU460 – Quatro estreias em homenagem a Guarulhos, concerto digital sob regência do maestro Victor Hugo Toro. Iniciativa da Prefeitura, por meio das secretarias de Educação e Cultura, o evento é transmitido pelas redes sociais das orquestras no YouTube e Facebook.

O concerto GRU 460 integra a série Novos Talentos e Descobertas da Temporada 2021 das orquestras de Guarulhos. O programa apresenta quatro obras especialmente escritas para a GRU Sinfônica: Anoitece na cidade, de Sergio Leal, Low Rider, de Leonardo Martinelli, Alerta de Turbulência em Nuvem Baixa, de Matheus Bitondi, e Zéfiro Fantasia, de André Mehmari. Os compositores tiveram como mote o aniversário de 460 anos da cidade de Guarulhos, celebrado em 8 de dezembro do ano passado.

De acordo com o maestro Emiliano Patarra, a encomenda de obras de novos compositores pelas orquestras de Guarulhos ajuda a intervir nos rumos atuais da música de concerto. Isso estimula a geração de novos compositores brasileiros, aproximando-os tanto dos músicos das orquestras quanto do público.

“A oportunidade de combinar essas quatro composições nos permite refletir sobre como diferentes visões da cidade podem ser expressas na forma de música. A intenção é oferecer, como presente para os moradores de Guarulhos, a oportunidade de ver sua cidade retratada por meio da sensibilidade musical desses autores e se assim se sentirem representados”, explica Patarra.

A regência de Victor Hugo Toro é outro aspecto relevante do concerto, pois o compartilhamento de experiências entre regentes diversos e instrumentistas da GRU Sinfônica é essencial para que os músicos possam exercitar seu talento, excelente oportunidade para que o público possa conferir outras facetas de interpretação.

Victor Hugo Toro foi regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, cargo que ocupou até 2011. Chileno, graduado pela Universidade do Chile, Toro foi regente principal da Orquestra Sinfônica do Sodre, no Uruguai, e Regente Residente da Companhia Brasileira de Ópera.

Os autores e suas composições

Os compositores Sérgio Leal, Leonardo Martinelli, Matheus Bitondi e André Mehmari comentam sobre suas composições, falam das pesquisas realizadas, inspirações, descobertas, expectativas e sua relação com a cidade de Guarulhos, a segunda maior do estado de São Paulo em número de habitantes.

Anoitece na cidade, de Sérgio Leal

“Ter uma obra apresentada por uma orquestra é o momento de maior realização para um compositor. No entanto, neste caso, considerando minha história com a cidade, a sensação de realização adquire um valor ainda maior. Além de ser natural de Guarulhos e sempre ter morado no município, fui estudante de música no Conservatório de Guarulhos entre o final dos anos de 1990 e o início dos anos 2000.

Anoitece na cidade foi composta tomando como base sons de diferentes paisagens sonoras da cidade. A obra é dividida em quatro seções, que se sucedem ininterruptamente. No todo, sugere a passagem do tempo em quatro momentos diferentes do final de um dia, desde o entardecer até a madrugada, em quatro locais distintos.

A primeira seção sugere uma revoada de pássaros que retornam para os seus lares em um bosque da cidade ao entardecer. A segunda seção retrata o caos e o barulho de um congestionamento em uma importante avenida nas proximidades do centro da cidade, no início da noite. A terceira seção está dividida em duas partes e procura sugerir o clima de empolgação de uma agitada noite de sexta-feira na cidade. Na quarta e última seção estamos no centro da cidade, passando pela Igreja Matriz”.

Low Rider, de Leonardo Martinelli

“Low rider pode significar, literalmente, ‘voando baixo’, ou seja, tanto para o ato de correr em altas velocidades como o nome do veículo em que se corre (no caso, os famosos carros com suspensão rebaixada). Daí o subtítulo: voando baixo na Via Dutra.  A ideia da peça é passar pela música o frenesi da movimentação da estrada que corta Guarulhos, das diferentes velocidades de diferentes carros, num trajeto ao mesmo tempo imaginário e real. Como alguém nascido e criado no Jaçanã, sempre transitei pela Fernão Dias como acesso para a Dutra, para chegar ao centro, ao aeroporto, etc.

Do ponto de vista musical, trabalhei um pouco com a ideia de um ‘concerto para orquestra’. Vários solos que vão cortando a música (como se cada um fosse a perspectiva de um veículo, e a gente vai mudando de foco a cada mudança de instrumento, que parte dos graves e claramente se direciona para o agudo”.

Alerta de Turbulência em Nuvem Baixa, de Matheus Bitondi

“Quando o maestro Emiliano pediu para que eu escrevesse uma obra para a GRU Sinfônica a partir de uma homenagem que seria feita à cidade de Guarulhos, a ideia era dividir entre os compositores do programa alguns locais e pontos importantes da cidade. Isso me remeteu imediatamente ao aeroporto, já que passei muitas horas nesse lugar à espera de voos de algumas viagens bastantes importantes de minha vida. 

Depois de rápida pesquisa na internet, o resultado de uma das possíveis origens da palavra Cumbica seria ‘nuvem baixa’. Essa definição serviu de inspiração para a composição. Parti dessa ideia para criar algumas nuvens sonoras na textura da orquestra, na qual surgem melodias meio nebulosas. Ao mesmo tempo, o projeto foi sacudido pelo início da pandemia, e ao que tudo indica chegou ao Brasil pelo aeroporto, o que me fez acrescentar à obra a ideia de turbulências. No final das contas, a música ficou marcada muito mais por toda essa turbulência do que pelas nuvens. Minhas expectativas em relação à execução da peça pela GRU Sinfônica são as melhores possíveis, conheço muitos instrumentistas que atuam na orquestra, alguns deles foram meus alunos, e estou muito confiante na direção musical do maestro Emiliano Patarra.

Zéfiro Fantasia, de André Mehmari

Zéfiro Fantasia é uma peça bastante livre, solta, uma criação que teve como norte a representação das correntes de vento por meio dos gestuais, metais e madeiras da orquestra. Durante minha pesquisa para fazer uma obra que se relacionasse com a cidade de Guarulhos, ficou mais evidente a presença do aeroporto na cidade, dos ventos e das correntes de vento. Dessa forma, o nome Zéfiro, que na mitologia grega é o Deus do vento do Oeste, aponta para essa temática. A orquestração também prima por uma escrita bastante colorida para os instrumentos de sopro e madeira da orquestra, como as correntes de vento sugerem, o que valoriza os solistas desses instrumentos. Em termos formais, a peça é bastante livre, trata-se de uma fantasia, como o próprio nome diz, e trabalha contrastes de afeto e expressão, terminando com um frevo bastante festivo, fazendo referência às bandas do interior e da região Nordeste do Brasil.

Serviço

Orquestra GRU Sinfônica apresenta GRU460 – Quatro estreias em homenagem a Guarulhos

Data: sábado, 10 de julho

Horário: 19h

Acesso pelas redes sociais das orquestras de Guarulhos:

YouTube: www.youtube.com/channel/UCS9r_T3pJEr2wnZreRGSo1g

Facebook: www.facebook.com/ojmguarulhos/

Foto: Diego Secco/PMG

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