Curso de folclore e produção cultural faz abordagens transdisciplinares
Rodas de conversas com estudiosos apontam estudos de manifestações tradicionais populares
Gerar discussões sobre o folclore na contemporaneidade e possibilitar a compreensão de novos paradigmas. Entre os dias 9 e 14 de agosto, o projeto Carpição Ressignificação e Permanência oferece curso de Folclore e Produção Cultural, rodas de conversas que reúnem estudiosos e pesquisadores brasileiros. Destinado a estudiosos da cultura tradicional popular e produtores culturais, o curso integra um conjunto de ações de reconhecimento e valorização da diversidade cultural, projeto realizado com recursos da Lei Aldir Blanc por meio do FunCultura.
As rodas de conversas abordam temas como história, patrimônio e folclore por meio de abordagens transdisciplinares, que prometem atualizar os participantes acerca de estudos recentes com pesquisadores contemporâneos, e debates sobre os estudos de manifestações tradicionais populares e suas diversas metodologias e áreas de pesquisa.
Os encontros acontecem pelo aplicativo Zoom. Para participar, os interessados devem se cadastrar gratuitamente no site https://www.festadacarpicao.com.br/rodadeconversa. Na abertura do evento, no dia 9, às 20h, Gerson Ramos apresenta Alma de Viola, debate sobre a viola caipira, materialização da cultura popular. No dia 10, às 20h, João Mario Machado apresenta Lendas, Bumbos e seus sotaques, sobre as diferenças e principais características que envolvem esta importante manifestação da cultura popular afro paulista.
No dia 11, às 20h, Helenice Camargo fala da importância das Festas Tradicionais na formação da cidadania. No dia 12, às 20h, Lilian Vogel trata da importância de olhar para a cultura popular a partir da ótica do encantamento.
No dia 13, às 20h, Rosiane Nunes reflete acerca do movimento folclórico brasileiro a partir da memória dos folcloristas. No encerramento das rodas de conversa, no dia 14, às 10h, Aline Mareá compartilha sua trajetória de formação musical em construção a partir das vivências com mestres e praticantes da cultura popular. Logo mais às 20h, Wellington Campos apresenta Deuses que Dançam – Andando pra frente e olhando pra trás.
Os encontros perpassam interesses nos âmbitos da educação, cultura e turismo de diversos segmentos das políticas públicas governamentais. Eles também se revestem de fundamental importância para o reconhecimento dos atuais estudos relacionados ao folclore brasileiro e aos patrimônios imateriais, uma vez que atuam diretamente com a percepção e a capacidade criadora de todos os agentes dos diversos recantos do Brasil.
Além disso, o curso favorece o reconhecimento de várias facetas do viver do povo guarulhense, como contribuem para o estímulo de pesquisas na área do folclore a partir de diversas tendências, bem como para o estudo contemporâneo e o reconhecimento da dinâmica das atividades do universo das tradições folclóricas em uma sociedade em constante transformação.
Para mais informações sobre as rodas de conversa, acesse https://www.festadacarpicao.com.br/rodadeconversa. Para acompanhar os eventos do Projeto Carpição Ressignificação e Permanência, acesse o perfil do projeto no Instagram (https://www.instagram.com/carpicao/) e o site www.festadacarpicao.com.br.
Programação
• Segunda, dia 9 de agosto, 20h – Alma de Viola, com Gerson Ramos
A viola cabocla, viola caipira ou simplesmente viola é muito mais que um instrumento musical. Ela é a materialização da cultura caipira. A expansão do Brasil Colônia foi construída no lombo de mula e de burro, que além dos pioneiros e jesuítas que avançaram mata adentro para buscar riquezas e conquistar terras, transportaram também as violas de arame que deram origem ao instrumento que hoje personifica a música dos interiores do Brasil nas regiões, Sul, Sudeste e Centro-Oeste principalmente, região que já foi denominada de Paulistânia, dada a origem das expedições exploradoras.
• Terça, dia 10 de agosto, 20h – Lendas, Bumbos e seus sotaques – Uma vivência com o Samba Rural Paulista, com João Mario Machado
Zabumbeiro dos grupos tradicionais de Samba Rural Paulista, Grito da Noite, Samba de Roda de Pirapora e Treze de Maio – Samba do Cururuquara, João Mário Machado apresenta os diferentes sotaques e as principais características e diferenças que envolvem esta importante manifestação da cultura popular afro paulista.
• Quarta, dia 11 de agosto, 20h – A importância das Festas Tradicionais na formação da cidadania, com Helenice Camargo
A aula será online, programada para 40 minutos e a proposta será provocar uma reflexão sobre a importância de valorizar e manter a organização, os rituais e a fé popular. Para através de este entendimento propor uma sociedade mais humana e fraterna.
• Quinta, dia 12 de agosto, 20h – O Encantamento da Cultura Popular, Lilian Vogel
A aula abordará a importância de olhar para a cultura popular com mais atenção, respeitando a tradição e a fé dos devotos nas mais variadas festas tradicionais de São Paulo, como as festas para são benedito, as festas do divino espírito santo, a festa da carpição, as folias de reis e congadas.
• Sexta, dia 13 de agosto, 20h – Museus, Folclore e o desejo de Memória dos folcloristas, com Rosiane Nunes
Historicizar acerca do Movimento Folclórico brasileiro, o desejo de memória dos folcloristas e as consequências na criação de museus no âmbito nacional. Refletir criticamente sobre os museus que estão no nosso entorno.
• Sábado, dia 14 de agosto, 10h – Entre Cantos e Encantos: saberes musicais e salvaguarda nas comunidades tradicionais, com Aline Mareá
Aline Mareá compartilha sua trajetória de formação musical em construção a partir das vivências com mestres e praticantes da cultura popular. O encontro propõe reflexões acerca da salvaguarda e experimentações musicais interativas de vozes e ritmos brasileiros.
• Sábado, dia 14 de agosto, 20h – Deuses que Dançam – Andando pra frente e olhando pra trás, com Wellington Campos
No atravessar dos navios negreiros e no desembarcar na metade do século XVII, chega ao novo mundo à cultura Banto, Cabinda e Benguela, vindo de Angola. Mais à frente, no século XVIII, chega a segunda leva de negros, chamados de Nagôs, contribuindo com suas danças, músicas e cantos sagrados, vinda de uma região da África, chamada Nigéria de língua Yoruba.
No Brasil, nascem os Candomblés e os Deuses com nomes de Nkises, Orixas e Vodúns. As danças do panteão dos Deuses yorubás, são as motivações desse trabalho que nasce com o nome Deuses que Dançam. Da sabedoria dos Candomblés tradicionais e da vivência em Danças Tradicionais Populares, Wellington Campos vê brotar o desejo de compartilhar sua pesquisa. Iniciada em 2002 ainda sem o caráter de estudo – mas hoje amadurecido e sistematizado – Wellington empresta dos pés de dança sagrados dos Orixás uma movimentação que pode não somente funcionar como caminho pedagógico para a dança, mas também para potencializar a capacidade expressiva dos intérpretes e criadores em Dança Brasileira Contemporânea, conceito definido por Renata Lima, diretora e fundadora do Núcleo Coletivo 22, em seu doutorado.
Serviço
Curso de Folclore e Produção Cultural
Data: de 9 a 14 de agosto
Horário: 20h (roda de conversa com Aline Mareá no dia 14, às 10h)
Transmissão pelo Zoom