SESC – O retorno
No último final de semana, o André Bizorão cobriu a reabertura do teatro do SESC Guarulhos, depois de mais de um ano e meio sem atividades presenciais. Nessa ocasião, ele teve a oportunidade de entrevistar o músico Siba
Por André Bizorão
A pandemia afetou a todos em muitos níveis de profundidade, do físico ao psicológico, todos esperávamos ansiosos pelo dia em que poderíamos, finalmente, voltar à vida que tínhamos antes dela começar, talvez nem fosse a melhor das melhores, mas esse contexto imposto pela Covid-19 e pela total ineficiência do aglomerado político que se amontoa por todo o país, fez com que esse período 2020-2021 se tornasse um dos mais difíceis de se viver.
Mesmo antes, já tínhamos que lidar com questões de desordem que em muitos momentos poderiam ter sido amenizadas com arte e com cultura em espaços que proporcionam esses e muitos outros encontros.
Vale narrar brevemente o histórico dessa instituição que sempre foi o sonho de muitos guarulhenses. Como o título já denunciou, é claro que eu tô falando do SESC. Eu vou chamar de “o nosso SESC”, porque vivíamos um momento de escassez de acesso aos bens culturais e, logo em sua abertura em 2019, seu grandioso espaço foi ocupado por todos aqueles que buscam um centro de convivência confortável, organizado e cheio de possibilidades. E eu me incluo nessa lista. Tão forte foi a emoção ao recebermos o SESC em nossa cidade quanto o baque ao ver suas portas se fecharem antes mesmo do seu primeiro aniversário, comemorado em maio de 2020.
Agora, voltemos ao tema deste artigo…
A reabertura do SESC em Guarulhos em outubro de 2021 nos traz imediatamente um lampejo de esperança de que as coisas possam, minimamente, voltar ao normal. Ter um lugar onde é possível respirar, da entrada da unidade ao show, o cafézinho, a comedoria, pisar dentro de um teatro novamente me trouxeram sensações às quais confesso ter certa dificuldade para transpor em palavras. Garanto que se você está buscando preencher os vazios ou cicatrizar as feridas da pandemia, esse será um dos locais onde poderá sentir a vida vagarosamente buscando o seu prumo natural. Poder ter novamente um ingresso na mão e esperar pelo show transcendeu a ansiedade e transformou-se numa expectativa de respirar o perfume que o palco exala. Assim também foi ao me deparar com a nuvem perfumada da máquina de café, que nos recebeu na comedoria emergindo para a realidade aquilo que eu sonhava durante o isolamento social. Poder vasculhar a lojinha despretensiosamente em busca de novidades, andar pelos corredores, mesmo vazios, mas pré-anunciando que em breve estarão novamente preenchidos de gente e, quem sabe, podendo se abraçar celebrando a chance de viver.
E pra não finalizar sem mais nem menos, deixei a cereja do bolo para esse último parágrafo, talvez ele não seja catártico na leitura, mas sem dúvida nenhuma foi uma experiência. Logo na retomada, poder assistir ao show do Siba que tanto me fez companhia durante esse período de isolamento foi uma montanha russa de emoções. Ao subir no carrinho, tentei me conter e prestigiar o show como um espectador passional, MAS ISSO FOI IMPOSSÍVEL! Durou umas três músicas…
Logo, eu estava de pé, extravasando tudo o que ficou represado, reprimido e limitado. Explodi minha alegria e dancei sem medo de ser feliz, as lágrimas correram, os pêlos arrepiaram, a vibração percorreu todo o meu corpo. Como foi gostoso acordar no outro dia e receber a cobrança de um corpo sedentário, mas agora, cheio de esperanças…
Obrigado, Sesc!
Ah, mas não é só a eles que vou agradecer não… Acontece que no dia posterior ao show, gentilmente atendidos pela equipe de assessoria de imprensa do Sesc e da produção do Siba, tive a oportunidade de entrevistá-lo e, além de trocar uma ideia, dizer a ele o quanto seu trabalho me inspira, mas tudo isso você verá logo logo no canal do YouTube da Guarulhos Cultural, então, fique de olho e ative o sininho para receber as notificações.
Foto da capa: Rafael Marques Alves