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Coleóptero MultimetrificadoOpinião

Um Sobrevento de Esperança

Depois desse tsunami que parecia nunca dar trégua, de ver gente sofrendo pelo luto, de tentar se esquivar das estatísticas, e de ver muitos sonhos sendo adiados pra não se sabe quando, chegou a hora do primeiro curso presencial, de se encontrar com seres humanos e descobrir novas possibilidades dentro do Teatro. 

Por André Bizorão

É, meus caros, esse artigo é pra contar um pouquinho pra vocês sobre a minha passagem em curso de boneco popular lá na Sobrevento. 

O Sobrevento é um grupo de Teatro sediado próximo ao metrô Bresser, em São Paulo. Alcançaram seus 35 anos de existência em novembro de 2021 e mantêm uma pesquisa/vivência incrível no Teatro de Animação. Cruzamos nossas histórias já faz um tempo, quando eu participava de uma imersão de Teatro de Bonecos lá na Pia Fraus (mas essa é uma História que eu vou deixar pra contar em detalhes mais pra frente). Essa aproximação foi mais especificamente com o meu “semi-xará”: Luiz André Cherubini, daqueles caras que você gosta de graça, sem fazer força.

Qualquer contato com o Teatro de Animação é sempre uma surpresa. Acontece que os bonecos, ao se encontrarem verdadeiramente com sua ‘ânima’, podem alcançar a plenitude de ter vida, mas sem nenhum compromisso, afinal, SÃO APENAS BONECOS!

E esse é o grande barato dessa linguagem, o de transportar para um objeto, até então inanimado, movimento, voz, expressividade e escolhas próprias, é uma anulação total do ator, um impacto forte no ego daquele que, por excelência, busca se exibir.

A oficina transcorreu incrivelmente por seis dias, que pareceram passar voando. A dinâmica foi quase que completamente na prática, de botar a mão na massa mesmo. Na lixa, na esmerilhadeira, na serra elétrica, na furadeira e em todas as outras ferramentas que pudessem gerar um boneco que dialogasse diretamente com os conceitos apresentados por Luiz André sobre Bonecos Populares e, as suas outras metades espalhadas pelo mundo, sobretudo os bonecos da Pérsia e o diálogo vivo que eles têm com os nossos mamulengos.

E pra findar esse artigo, gostaria de dizer-lhes que, se lhes parecer um relato esbaforido, de alguém muito animado que sai metralhando as palavras, saibam que se trata exatamente disso. É que voltar a viver Teatro é, pra mim, existir e num momento onde todos estamos feridos, ter um sobrevento de esperanças me faz continuar acreditando!

Obrigado!

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