Cinema: Mostra Filme de Bairro apresenta exibições de filmes produzidos por participantes de oficina
Evento no Cursinho Comunitário Asol conta com a exibição dos filmes A estrada da vida, Pretas Mulheres, O que enche, O surto dos palhaços, medo e desmistificação e Filme de Bairro
Seu bairro daria um filme? Sua rua daria um filme? Você daria um filme? Onde estão as histórias dos Josés e das Marias? Quem são as pessoas anônimas que constroem a nossa sociedade? Esses questionamentos motivaram a realização da oficina Filme de Bairro, oferecida pela Companhia Bueiro Aberto ao longo dos últimos seis meses, na Escola Estadual Vereador Antônio de Ré. No próximo sábado, dia 22 de outubro, às 19h, é hora do público conferir os filmes produzidos pelos participantes durante a Mostra Filme de Bairro, no Cursinho Comunitário Asol.
A Mostra Filme de Bairro conta com a exibição de cinco filmes: A estrada da vida, Pretas Mulheres, O que enche, O surto dos palhaços, medo e desmistificação e Filme de Bairro.
Dirigido por Everton Rodrigues, A estrada da vida adentra a vida e as escolhas de Dona Teresinha, moradora do bairro Cumbica, que se emociona ao falar de seus sonhos e da migração do Ceará para São Paulo.
Pretas Mulheres é dirigido por Flora Matheusa e Nkrabea Azul e aborda os conflitos e anseios de três mulheres pretas da cidade de Guarulhos, mulheres que carregam na própria existência a resistência.
O filme O que enche, dirigido por Douglas Leotério, Juliana Seabra e Paulo Paiva, traz como tema as enchentes no bairro Presidente Dutra. O documentário vai além, fala daquilo que nos enche na vida e nessa sociedade desigual.
Já O surto dos palhaços, medo e desmistificação busca romper com a ideia de que o palhaço é uma figura assustadora. Por fim, os professores produziram o quinto filme, com o nome Filme de Bairro, que traz um panorama sobre o processo da oficina e discute a ideia de um cinema comunitário.
Há 8 anos, a Companhia Bueiro Aberto produz filmes nos quais contextualiza os bairros de Guarulhos. Segundo o coordenador pedagógico Daniel Neves, a oficina mostrou como as grandes estórias estão ao nosso lado, muitas vezes no bairro onde moramos. “As pessoas guardam em suas casas museus pessoais com relatos, fotos, documentos, trajetórias de vida que falam sobre sua vida e o local que habitam. No fim, é aquele velho ditado, fale sobre sua aldeia e falará sobre o mundo inteiro”, observa Daniel
Para o coordenador geral Renato Queiroz, a oficina representou grande evolução no processo do coletivo. “Além de exercitar a pedagogia, o aprendizado na produção dos seus filmes, também foi possível construir experiências de educação em cinema ao longo desse percurso, e sistematizar esse processo em 2022 num curso mais amplo e desenvolvido.
O Cursinho Comunitário Asol fica na rua Suíça, 302, na Vila Barros, próximo à Av. Otávio Braga de Mesquita.
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Parabéns pelo projeto. É uma excelente iniciativa recuperar a memória dos bairros e relatos de seus habitantes na luta pela sobrevivência, em especial de mulheres guerreiras invisíveis, ignoradas pelo Estado na sua condição feminina, desde criança até a velhice.