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Documentário sobre tragédia na favela São Rafael estreia na 8ª Mostra Guarulhense de Cinema

Produzido de forma independente pelos ativistas do Movimento Mandela Free, filme acompanha o desenrolar de um fato corriqueiro nas periferias

Um incêndio deixou 18 famílias desabrigadas. Desafiando as estatísticas, o estado e a iniciativa privada, essas famílias lutam pelo seu direito à uma moradia digna. O incêndio que devastou parte das casas da favela São Rafael, em agosto de 2020, é tema do documentário Vila Dete – Entre o fogo e a luta, do diretor estreante Filipe Fritos, que será exibido em novembro na 8ª Mostra Guarulhense de Cinema, depois de dois anos do início das filmagens.

Com direção de fotografia e codireção de arte de Milena Sampaio e produção executiva de Pedro Lessa Otsuzi, o filme fala do modo como os moradores da região afetada foram negligenciados pelo poder público, que não forneceu nenhuma ajuda relevante para amparar as vítimas.

“A proposta de registro dessa história e criação do documentário surgiu dentro de uma reunião do Movimento Mandela Free, movimento anticapitalista autônomo atuante na região da São Rafael, e que lida com demandas relacionadas à moradia, educação, saúde e cultura. O projeto reuniu estudantes e militantes do movimento e, por ser uma produção-militância que envolvia o dia a dia de uma obra em um lugar invadido, também serviu de escola para os participantes”, explica Filipe.

O documentário aborda ainda o modo como as famílias atingidas vem enfrentando as estatísticas, o estado, candidatos políticos e empresas e lutam e se organizam para reconstruir suas casas em alvenaria.

A produção desse documentário se dispôs a realizar o filme da mesma forma como funciona o Movimento Mandela Free e a narrativa do filme, sem financiamento externo, apenas através da organização. “O filme tem como diferencial o ponto de virada no qual os moradores afetados pelo incêndio decidem mudar o status quo e reconstruir suas casas em alvenaria sem dinheiro ou recursos externos em uma área ocupada”, pontua Filipe. 

Esteticamente, a fotografia e a arte caminham entre as convenções do gênero documental e novas possibilidades estudadas dentro daquilo que pode ser considerado o ato de documentar. “Utilizamos registros feitos por celulares no formato de Stories e uma paleta baseada nas convenções do mundo online. Isso unido ao fato ‘corriqueiro’, traz sutilmente o pensamento de que ‘com um celular na mão e uma rede social, todo mundo é documentarista”, observa Milena Sampaio.

Sobre a equipe

Filipe Fritos – Diretor, codiretor de arte e editor

Produtor na Macro Meiji, estudante de cinema e recente cineasta. Estudou teoria musical, produziu dezenas de festas na Grande São Paulo e transitou por diversos campos artísticos. Frequenta sets de grandes produções como ator e figurante, se aproximou do cinema independente nos últimos anos e atuou como produtor de set no longa metragem A Noite das Vampiras, de Rubens Mello (2023), dirigiu o curta Violência (2022) e o documentário Vila Dete: Entre o Fogo e a Luta (2022).

Milena Sampaio – Diretora de fotografia e codiretora de arte

É fotógrafa, videomaker, estudante de Cinema e Audiovisual na Belas Artes, trabalhou como diretora de fotografia nos documentários “O olhar de Baixo (2021)” e “Vila Dete: Entre o fogo e a luta (2022)” e atua também como fotógrafa para produções publicitárias e captação de making off em videoclipes e podcasts. Além disso, é idealizadora da página na plataforma Instagram @afurianegra_, onde produz conteúdos sobre a cultura da periferia onde vive. Atualmente vive e trabalha em São Paulo.

Ficha técnica

Produção executiva – Pedro Lessa Otsuzi

Som direto – Gui Andrade

Financeiro – Vitoria Martins Fontes

Pós-produção – Macro Meiji produções

Assistentes de produção – Matheus Gonçalves, Aymê Brito, Angelica Silva, Samara Cunha e Izabely Nascimento

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