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I HAVE A DREAM ou O devaneio de quem sonha com Arte

Esse texto não é particularmente focado na gestão cultural da cidade de Guarulhos, mas é especialmente inspirado nela. Porém, acredito que muitos artistas de várias localidades poderão se identificar com ele

Por André Bizorão

O “Big Bang” na mente de um artista é sempre um sonho, seja ele proveniente de uma noite de sonho ou em pleno dia, com os olhos abertos. É nesse lapso mental que visualizamos aquilo que pode vir a se tornar algo real, pulsante, orgânico… a obra de arte! 

E é brincando com essa massa de modelar que eu me forcei a imaginar o sonho de uma gestão cultural que fosse pública em excelência, que buscasse coletivamente soluções para todos que habitam essa localidade e, mutuamente, pudessem oferecer arte ao público e público ao artista. Que criassem condições para que o sonho do artista se transformasse em realidade e pudesse libertá-lo da busca incessante por recursos para sobreviver deixando que ele fosse em sua totalidade: artesão do imaginário!

Sonhei com as portas dos teatros e espaços culturais abertas e democráticas, com burocracias simplificadas e gestão compartilhada, não só entre os poderes, mas também com os artistas que aprenderiam detalhes sobre a composição técnica de um espetáculo: a luz, o som, a estrutura por detrás de uma apresentação lhe seriam acessíveis e não só um acessório ocasional.

Sonhei com festivais, mostras, encontros e debates. Sonhei com temporadas e temporadas de espetáculos locais e de fora da cidade, do Estado e até do país… Nesse devaneio, imaginei filas quilométricas ansiosas e com medo de faltarem ingressos forçando o público a ter que voltar no outro dia.

E por fim, sonhei que o dinheiro  para custear o meu sonho deixasse de ser um problema e viesse a se tornar uma solução, que a gestão compartilhada e pensada coletivamente, criasse condições para que bilheterias e fundos culturais se tornassem auto-suficientes para manter a roda girando e oportunizando ao artista, fazer sua arte e ao público de encontrá-la.

O triste é ter de acordar e procurar todos os dias, motivos para resistir.

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