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Projeto revela histórias de mulheres com trajetórias e experiências diferentes

A Revolução das 30, projeto da artista, educadora e fotógrafa Lauren Lima, surgiu de uma necessidade pessoal e partiu da pergunta: O que é ser mulher?

Contar histórias plurais de mulheres reais, que de alguma forma se conectam e dialogam com outras histórias, de outras mulheres, igualmente reais. A Revolução das 30, projeto da artista, educadora e fotógrafa Lauren Lima surgiu de uma necessidade pessoal, representadas na escolha de 30 participantes mulheres, com perfis, idades, profissões, trajetórias e experiências diferentes. A primeira etapa com resultados do projeto está na iminência de se tornar público, em evento que acontecerá no próximo dia 16 de dezembro, no Espaço Livre Café Bar, em Guarulhos.

Na construção dessas narrativas, Lauren partiu da pergunta: O que é ser mulher?” e percorreu pelos desafios, conquistas e superações que enfrentamos em nossos cotidianos, como: feminicídio, desigualdade de gênero, padronização dos corpos e outros tipos de violências. Nesse diálogo, também deparou com aspectos positivos como emancipação, superação, entre outras conquistas sociais que as conexões entre mulheres e suas redes de apoio e conhecimento promovem na sociedade, de forma coletiva, mas também individual.

“Desde a infância até parte da idade adulta, sofri violência doméstica, e hoje luto através das artes e da educação, pela emancipação em relação a todas as questões que permeiam nossas vivências individuais e coletivas. A narrativa a ser construída de forma colaborativa, parte da importância de criarmos um diálogo aberto sobre as questões de gênero e toda sua diversidade e o direito de toda pessoa que se reconheça mulher, pretendendo assim, potencializar as conexões entre o feminino e as suas várias camadas”, explica Lauren.

Na elaboração desse projeto, a jovem fotógrafa de 30 anos se baseou em dados relacionados a “Violência Contra a Mulher” e “Empreendedorismo Feminino”, sobretudo durante o cenário de pandemia no Brasil. Em suas pesquisas, encontrou números alarmantes de casos de feminicídio nas regiões Norte e Centro-Oeste do  Brasil, aumento de 41% de casos de assassinatos de pessoas trans em 2020, e dados acalentadores sobre o crescimento do empreendedorismo feminino, que alcançou mais de 40% no último ano.

“O projeto tem como função social, apresentar e debater questões e dificuldades ao que dizem respeito aos direitos das mulheres, e promover o encontro através de cada história que é única e tão importante para as conexões, que futuramente se tornarão fundamentais para a continuidade da realização do projeto”, explica.

O fazer artístico

Nesse contexto de encontro e diálogo, em que as participantes se dispõem a compartilhar suas transformações individuais e a se conectar com as histórias umas das outras, Lauren pontua que o projeto tem como proposta convidar aos expectadores a saírem de seus lugares de observadores para tornarem-se parte da construção da dramaturgia como coautores de todas as etapas do projeto. A proposta artística tem como objetivo acessar diferentes linguagens e diversas áreas do conhecimento.

Em suas etapas A Revolução das 30 envolve exposição interativa, instalação artística audiovisual, tecnologia e performance. O projeto contará também com um livro fotográfico com fotos das participantes. Em cada página impressa, um QR CODE direcionará para o site oficial do projeto, que continuará contando as histórias das mulheres, a partir das outras camadas.

“O projeto vem sendo realizado de forma independente, contando com parte da minha renda como fotógrafa retratista, e com as colaborações de vários profissionais e pessoas amigas, sem verba, entre videomaker, engenheiro de software, produtora, músico, professores, intérpretes de língua brasileira de sinais, diretores, atores, convidadas/participantes, e outras contribuições tão necessárias para que o projeto aconteça. Não contamos com nenhuma espécie de patrocínio, e estamos em busca de um espaço para começar a visualização concreta deste projeto, pois acreditamos na potência e na contribuição dessas falas tão plurais de ressignificação sobre gênero”.

Como parte da última etapa, o projeto prevê um Experimento Cênico realizado de forma híbrida, presencial e online, com um elenco composto por seis atrizes que recontarão as histórias colhidas ao longo do processo.

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